Da Escadaria da Minha Vida.

Ela era uma pessoa jovem em uma carcaça velha.
Seu corpo era um antigo prédio.
Com longas escadas e paredes brancas.
Era possível ler coisas escritas em vermelho nas paredes.
Eram mensagens curtas que se apagavam
após serem lidas.
Um dia ela decidiu percorrer esse prédio.
Era frio, mas um frio diferente
era fresco dentro do prédio.
Quanto mais ela subia
mais sabia
que não estava perto de chegar em lugar nenhum.
Ela não tinha fim,
mas não sentia medo de continuar.
Às vezes sentia angústia com o que lia nas paredes,
às vezes tristeza
em alguns momentos alegria
e em outros contentamento pelos fatos vividos.
Ficava visível que nessa caminhada ela precisava de paciência.
Muitas frases nas paredes eram afirmações certeiras
de futuros prováveis
Ela sempre pensava demais.
O prédio não era escuro,
mas ela não sabia de onde vinha a luz.
Em certos andares, ela parecia estar nos corredores de uma grande casa,
mas logo outra escada aparecia
e a conduzia para lugares remotos de si mesma.
Ela sentia que estava em um sonho
Ela sabia que não tinha fim
Até decidir parar
Era ali, naquele andar
que ela queria estar.
Ali onde os escritos surgiam
Era uma imensa biblioteca de si mesma
com histórias que se escreviam sem fim,
eram atemporais
não tinham ordem
Era preciso organizá-las.
Foi naquele andar
que ela decidiu trabalhar
Naquele precioso lugar
Descobrindo a si mesma a todo momento
Que ela terminou a caminhada.

Sara.

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